quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Hoje...


Eu, que já não tenho autoestima, acordei me sentindo um nada...
Aquele “nada” do sentido literal da palavra. Acordei me sentindo uma peça de lego, só que sem lugar para me encaixar...
Em cada ambiente que eu chegava, me sentia uma intrusa, como se não pertencesse a nenhum ambiente em que entrava. Aquela peça do quebra-cabeça perdido, que ninguém quer.
Acordei sentindo a sua falta... E aquelas poucas horas que você foi presente na minha vida, não como amigo, mas como alguém. E isso foi há tanto tempo. .. Ano após ano eu ainda espero você acordar e voltar a me enxergar. Será que você é meu destino? Será que um dia você vai acordar e se dar conta de que sou eu quem você procura? Acho que não. Após anos, isso já deveria ter acontecido.
E está ai outro problema. Muita gente me vê, mas não me enxerga. Vê só a menina com cara de ingênua e que se fecha a qualquer tentativa de aproximação. Ninguém enxerga as feridas que me fizeram, assim como ninguém consegue ver que a menina assustada só precisa de proteção.
Acordei achando que estou na profissão errada. Que nunca serei boa o bastante. Que ninguém nunca lerá o que eu escrevo e que nunca farei a diferença na vida de ninguém. O que é uma pena, porque ao que parece, jornalismo é a única coisa que sei fazer na vida.
Acordei me sentindo invisível. Não que isso seja tão ruim, já que eu odeio chamar atenção. Mas confesso, que mesmo assim, ando pelas ruas em busca de um olhar, nem que seja por um segundo, de alguém que note a minha presença.
E agora, está na hora de dormir. E acordar amanhã de novo, desejando que toda essa sensação desapareça e não passe de um sonho.
Mas, a única coisa que ainda será real é o fato de não ter ninguém pra me abraçar, olhar nos meus olhos e dizer: “Sua idiota, eu estou aqui. Tudo vai ficar bem”... Onde você está afinal?

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Hoje em dia, o “para sempre” tornou-se “até a semana que vem”.

Você não é importante. Desculpa, mas alguém deveria te avisar. Agora respira, senta, fique calmo. Essa reação acontece com todo mundo. É um choque, mas você vai se recuperar, pode acreditar.
Vejo que já fechou a boca, recuperou a cor. Agora podemos começar a conversar. O choque inicial foi proposital, mas calma que isso não é o fim do mundo; apesar de que eu já achei que seria.
A gente se recupera. Lembra quando você era criança e caia sempre de joelhos? Pois é, doía, machucava, mas no fim você aprendeu o que tinha que fazer para não cair mais. Ou seja, não há aprendizado sem marcas.
Quando é criança, fica fácil aprender. Você cai, leva uma bronca e descobre que aquilo é ruim, que não deve mais ser feito. As crianças são inteligentes; a gente fica burro quando cresce, ou conforme vai crescendo.
Então você entra na adolescência e acha que é o rei do mundo. Pode fazer tudo, julgar todos e ser o bonzão do pedaço. Pensa que nada vai atingir então vem o segundo aprendizado: você não é um super-herói; ou seja, dar murro em ponta de faca e fingir que as coisas não acontecem tem o mesmo efeito de tomar um copo de suco para curar uma gripe.
É nesse momento que você começa a achar que as coisas são pra sempre: você escolhe sua profissão, planeja sua vida e escolhe alguém pra vida toda. Mas não é assim que as coisas acontecem.
Você tem caminhos a seguir: cada caminho te leva a um lugar diferente. E tem caminhos que você quer seguir, mas que te farão abrir mão de outras coisas. Isso se chama escolha; no fim o resultado pode ser o mesmo, mas isso não quer dizer que você tem que seguir pelo caminho que quiser sem sofrer as consequências.
Então você cresce mais um pouco e então muda tudo de novo. Você olha pra trás e aquilo que era importante naquela época não é mais. E começa a perceber que as pessoas só se importam com você quando lhe convém.
Mas não se sinta mal. O ser humano é assim mesmo. Ele é egoísta; egoísta do tipo: “venha ao meu reino, mas eu não vou ao seu”. Ou seja, nós queremos somente as coisas para nós, porque fazer para os outros iria contra nossos princípios.
Não há porque se sentir mal; todos somos egoístas: eu, você, a vizinha, sua mãe, seu pai, seu namorado(a), seu marido, sua esposa, sua (seu) amante... é algo que vem junto com o ser humano; quase um brinde.
Você gosta de alguém porque isso te faz bem. Você não quer deixar essa pessoa porque isso te magoaria; você não quer vê-la sofrendo não porque a queira bem, mas porque essa visão faria você sofrer.
Já parou pra pensar nisso? A gente sempre quer que as pessoas supram nossas necessidades, não nos magoem e sejam boas, lindas e harmoniosas na nossa vida. Mas você já percebeu que você não se esforça para que isso seja feito? O que eu quero dizer é que ficar ali parado esperando as pessoas te satisfazerem não conta, já que nem escravo faz isso; tudo é uma troca.
Do mesmo jeito que alguém se importa com você, é necessário que você demonstre de volta. Isto se chama reciprocidade. Não dá pra exigir algo que não se faz. É igual relação de trabalho: você não pode exigir ganhar bem se não faz nem metade do que deveria fazer.
Isso funciona pra tudo, amizade, relacionamento, trabalho, família. A gente exige e não para pra pensar que a outra pessoa ali não é um instrumento; um copinho de plástico que é descartado após o uso ou quando não serve mais.
Ou seja, aquilo que você achou que era pra sempre num dia, na semana seguinte não é mais. Você muda de opinião, ou não consegue deixar o egoísmo natural de lado. Ai fica complicado só dar e não receber. Quem aguentaria uma situação desses? Algumas aguentam, mas uma hora a ficha cai. Ai a história complica, meu amigo.
É claro que até eu que sou a mais boba das pessoas gostaria de ser mimada no esquema Unibanco: 30 horas por dia. Mas isso não é possível; o ser humano funciona no esquema de troca, escambo: dê algo e receba em troca. Igual carrinho de bate-bate: se ninguém bater em você, você não consegue atingir ninguém. Quer algo mais simples que isso, cara pálida?
Quanto mais cedo você perceber isso, mais fácil as coisas vão ser. Aliás, elas são fáceis, tão fáceis que como tudo que é fácil a gente precisa sempre complicar.
E também não faça essa cara de indignação: vocês sabem muito bem que o pra sempre de hoje é o até logo de amanhã. Basta saber como você dará esse até logo, ou se realmente quer um até logo; às vezes a gente só precisa acordar e ver que está errando.

Só não me peça para descobrir se neste caso é até semana que vem...


PS: A frase do título foi roubada do google. Não me mate, eu não sou assim tão criativa, mas vocês sabem disso.

sábado, 10 de setembro de 2011

Boi na linha

Não.... Não é a Vivi’s que escreveu isso... Quem escreveu, ou melhor rascunhou isso foi um de seus amigos... Não é a primeira vez que escrevo para blogs alheios e também não vai ser a última. Deixa me apresentar primeiro: Me chamo Hélio, também sou conhecido como @helhu ou rüffin devido às modernidades da Internet, corintiano e mogiano com a benção de Deus...
Sou amante de um bom livro, de boa música, de boa companhia. Faço parte do time dos solteiros, não porque eu queira, mas devido à escassez . Opa me lembrei que o contrato que eu assinei com a dona do blog, eu não podia falar sobre alguns assuntos e relacionamentos era um deles.
Voltamos a falar da minha pessoa, como moro em Mogi das Cruzes, um misto de cidade do interior com cidade grande, temos alguns costumes meio interioranos como fazer churrasco e jogar truco na praça. Isso quando os fiscais da prefeitura deixam, ultimamente os caras estão ligeiros demais e cortaram a nossa diversão na praça, fazendo com que as reuniões se restrinjam a ficar na porta do boteco. Emocionante não acham??
Como fui contratado para escrever anemidades irei falar dos shows que rolaram em Mogi, devido às festividades de 451 anos que esta cidade completou no dia 1° de Setembro. Tivemos Elba Ramalho cantando com os Canarinhos, um coral de Mogi das Cruzes; Jorge Ben Jor e o grande Jair Rodrigues. Show gratuito já viu a nhaca que é, isso me lembra na virada cultural desse ano, o Marcelo Mansfield teve que dar um esporro na galera que tava de conversinha paralela no meio do espetáculo. Era a visão do inferno do povo que foram “assistir” aos shows, infelizmente a grande massa não tem uma cultura boa e não souberam aproveitar os shows. Aproveitaram de outra forma como azarando, bebendo em suma aproveitaram da maneira deles.
Quando eu tenho muitos momentos de reflexão, eu acabo com eles tomando um pouco de Cambuci, mas como não tenho nenhuma garrafa aqui comigo, deixarei fluir isso... É até engraçado eu falar sobre cultura nas pessoas, como se pode cobrar cultura em um país onde pessoas que participam desses realities shows viram celebridades, onde a revista que mais se vende no país é sobre a vida de pessoas famosas, onde qualquer musica com rima grudenta vira sucesso e por aí vai.
Às vezes penso que nasci no país errado. Nós temos uma memória muito curta, temos tantos feriados e não sabemos o porque deles, mas sabemos que não vamos ir trabalhar, isso que importa. Nem vou entrar no mérito de valorizar os nossos ídolos, pois considerar Luan Santana, Restart, algum ex-BBB como ídolo realmente a pessoa sofre das faculdades mentais.
Muitos podem não concordar com o que vou escrever, mas nesse ponto os EUA, conseguem sempre lembrar das pessoas que foram importantes para eles. Eles conseguem serem patriotas, tudo bem que o brasileiro só é patriota de 4 em 4 anos, isso quando temos uma seleção para torcer na Copa do Mundo, essa última realmente me fez me sentir um holandês com aqueles tamancos de madeira e tudo mais.
Estava vendo um documentário, coisa que é rara de se fazer aqui no Brasil, sobre “Blues”. O mais legal desse documentário era os cantores brasileiros falando que podia se cantar “blues” em português. E rolou algumas músicas de alguns cantores, e não é que ficou legal a parada!!!
Chega de escrever sobre música, vou falar um pouco de livros. Estou em falta comigo na literatura, mas com o preço tão caro dos livros aqui no Brasil, fica difícil mesmo. Ainda mais eu que não leio... Eu devoro livros. Leio o livro e depois releio ele. Não gosto de emprestar livro, pois tenho um maldito hábito que é ler antes de dormir. Eu sei onde eu coloquei as minhas mãos antes de dormir, será que quem pegou um livro meu emprestado terá esse cuidado também?? Com certeza não!!! A minha última leitura que eu recomendo se chama “Os Bórgias” de Mario Puzo. Sim é aquele mesmo que escreveu “O Poderoso Chefão”. Não serei spoiler e não contarei o conteúdo do livro, mas recomendo.
Falando em “Os Bórgias”, na TCM está passando uma mini-serie sobre está família. Um pouco de cultura agora: Rodrigo Borja foi nomeado papa em 1492 adotando o nome de ALEXANDRE VI, sucedendo a Inocêncio VIII. Espanhol, ao chegar em ROMA adotou a grafia BORGIA em seu sobrenome. Como ele chegou a ser papa?? Leia o livro ou assistam a mini-serie...
Falei de livro e música... falta falar sobre as boas companhias. Mas como meu direito tá meio cerceado, falarei das minhas ultimas companhias. E quais teriam sido elas?? As cartas... Não chego a ser um jogador inveterado, mas sei muito bem me defender em uma mesa de jogo. Tenho brincado de POKER, seja ao vivo ou seja on-line. As cartas não mentem, as cartas não tem enganam mas é muito chato ter elas como companhia. Winston Churchill, primeiro-ministro inglês na época da Segunda Grande Guerra, disse em uma das suas famosas frases: “Até no inferno, temos que continuar caminhando” e não é que faz sentido isso mesmo, afinal se quisermos sair do inferno, temos que continuar caminhando. Não sei se cheirei muito enxofre e não sei se já sai do inferno, mas continuo caminhando. Sempre...
Espero que tenham gostado desse rascunho. Se quiserem mais, entupam a caixa de email da Vivi’s!!!
Vou ficando por aqui, pois a Vivi’s ta me cobrando o texto e meu cd também acabou, rascunhei isso ao som dos KINKS... Waterloo Sunset é uma música muito bacana... faz parte do cd que estava ouvindo ao rascunhar isso.
Mas antes quero agradecer a Vivi’s pela insanidade de me deixar fazer esse texto para o seu blog, com certeza muita gente gostaria de ter sido escolhido, mas fui eu... desculpa gente, o que eu posso fazer né?? Só espero não ficar com síndrome do NEO de Matrix...

Abraços a todos




Se mais alguém quiser escrever, só entrar ali em contato e mandar um texto =D

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Ciclos


“Você está onde se põe. É a lei da vida. Se você se colocar em um lugar melhor, sua vida mudará e as coisas boas começarão a acontecer. A escolha está em suas mãos.”


Nunca gostei de comodismo. Ficar parado é perda de tempo, ainda mais quando não temos tempo suficiente para realizar tudo aquilo que gostaríamos.
E nessas idas e vindas da vida você vai conhecer todo tipo de pessoas: as boas, as ruins, as filhadaputa e aquelas que realmente gostam de você. Descobrir quem é quem nessa dança não é fácil.
É quase uma coisa de feeling, mas não é sempre que o feeling funciona ou que o radar apita. O bom é que cedo ou tarde (nunca tarde demais) você acaba descobrindo.
O segredo é nunca se arrepender do que fez. Vai, quebra a cara, mas tente. A sensação de imaginar como seria algo, saber que pode realizar e desistir é um dos piores sentimentos do mundo.

Encerro um ciclo para começar outro. Se vai ser bom, ruim, proveitoso eu não sei. Mas só tentando para saber.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Memórias apagadas

Nem me lembrava mais deste texto - assim como outros tantos que escrevi na faculdade. Aos poucos vou resgatando.


Imagine entrar numa máquina do tempo e voltar na época das ferrovias, e fazer uma viagem de trem até Santos, como seria?
“Sábado, 7 horas e 30 minutos. No pátio da estação da Luz o chefe de manobras faz soar longamente o apito. Um solavanco percorre seis velhos vagões de madeira. É o anúncio da hora da partida para cerca de 400 passageiros que, dali a alguns minutos, descerão os 800 metros da Serra do Mar em um trem sustentado apenas por um cabo de aço.”, conta o ex-funcionário da linha, Waldemar Iotti.
Serão duas horas para chegar a Santos pela Estrada de Ferro Santos a Jundiaí (EFSJ), meia hora a mais do que gasta um ônibus, na mesma viagem. Conseguiu imaginar esse trajeto?
Pois é, há alguns anos isso era mais do que comum para a população, qualquer viagem era feita de trem. E isso não significava desconforto, significava luxo, comodidade.
Quem trabalhava na ferrovia também vivia essa época áurea. Um exemplo fácil de perceber: “era só chegar à loja e mostrar a folha de pagamento da ferrovia, conseguia crédito e status na hora”, diz, Elisabete Aparecida Iotti, filha de um dos ex-funcionários.
Tudo começou em 1862 e 19867, quando a São Paulo Railway ou popularmente "Ingleza" - foi a primeira estrada de ferro construída em solo paulista. Tinha inicialmente como um de seus maiores acionistas o Barão de Mauá. Ligando Jundiaí a Santos, transportou durante muitos anos o café e outras mercadorias, além de passageiros de forma monopolística do interior para o porto, sendo um verdadeiro funil que atravessava a cidade de São Paulo de norte a sul. Em 1946, com o final da concessão governamental, passou a pertencer à União sob o nome de E. F. Santos-Jundiaí (EFSJ). O tráfego de passageiros de longa distância terminou em 1997.
"Nunca me esqueço e tenho saudade de quando eu era pequena e nossa família pegava o trem na estação ferroviária de Jundiaí. Íamos em direção a São Paulo ou Santos. Quando o trem parava na estação, meu pai nos pegava no colo (eu e minha irmã) e nos colocava dentro do trem através da janela. Virávamos os bancos e nos sentávamos de frente. Era maravilhoso e divertido ver as paisagens, passar pelos túneis.....descer a serra do mar até Santos era divino e assustador devido à altura. Não dá para acreditar que não temos mais nossos trens de passageiros circulando. É muito triste" (Marisa Franchi).
Infelizmente a lembrança é tudo o que resta para a população que viveu os momentos de glamour das ferrovias. Hoje elas estão sucateadas. A população usa raramente, porque os vagões estão mal conservados, não há segurança. Para quem trabalhou na FEPASA, “é triste ver que um meio de transporte rápido e seguro, não seja mais usado para nada.”, relata o ex-funcionário.

Voltando aos dias atuais. Se for pensar em uma viagem de trem agora, em 2008: “São seis e meia da manhã, a composição vitima de vandalismo está apinhada. Por R$2,40 as pessoa vão de Jundiaí à São Paulo (estação da Luz). Os vagões estão sujos, e há venda de alimentos e são encontrados mendigos por todo o lado. Paramos em Francisco Morato para fazer a baldeação. O Trem está mais do que super lotado. Duas horas praticamente até chegar à estação da Luz... isso se não acontecer nenhum imprevisto no meio do caminho.”. Será que esses passageiros gostariam de voltar à década de 50?






Vivian Lourenço

domingo, 8 de maio de 2011

Entre a realidade e a ficção, você fica sem nada

11 em cada 10 pessoas que eu conversei nos últimos meses se queixam da mesma coisa: Relacionamento – de todos os níveis possíveis e imagináveis (amigos, família, amor). Pois é, parece que ter – e também manter um relacionamento ficou mil vezes mais difícil do que no tempo de nossos avôs.
Anda tudo muito fácil. Você quer sexo? Vai até uma balada que consegue fácil – por vezes basta jogar um charme na rodoviária, terminal, no trem, metrô ou em qualquer outro lugar. Você quer mulher nua? Ligue a TV a qualquer hora do dia ou da noite; e assim por diante. Tudo o que era proibido ou difícil de ser conseguido, virou mais fácil do que ir à padaria comprar um pão.
Ou seja, se a pessoa acha a meia dúzia que encontrou no caminho são fáceis (ou seja, ela conseguiu o que queria sem esforço algum), ela não vai procurar o que é difícil. E vai além: toma aquilo como regra: considera todas as pessoas da mesma maneira que as fulanas e fulanos que encontram por ai. E ai eu te pergunto: E são?
Mas o grande problema é que nem todo mundo é assim, graças a Darwin. Se você está acostumado ao fácil, não adianta querer forçar o mesmo com todo mundo, não vai rolar. As pessoas são foram feiras em série, elas têm suas particularidades e diferenças, físicas, emocionais e de pensamento.
É igual à famosa frase: “Mas você está solteira (o) e eu quero ficar com você, qual é o problema?” – algo do tipo: estou salvando sua vida, me agradeça. O problema é que eu tenho todo o direito de não querer; não é o fato de estar sozinha (ou na solteirice) que vai obrigar a 100% das pessoas a seguirem o mesmo padrão que algumas poucas seguem.
Você não é obrigada (o) a ficar com ninguém, nem manter um relacionamento falido só para não ser considerado sozinho (a) – o medo da solidão e da pressão da sociedade acabam transformando uma pessoa neste tipo de ser humano. Se as pessoas acostumaram-se a se tratar e serem tratadas feito lixo, nada te obriga a aceitar o mesmo. Muito pelo contrário: está mais do que na hora de mostrar que nem tudo é assim. Sucumbir a pressão não é o caminho; a não ser que você pretenda ter a mesma vida vazia e sem sentido que impera na sociedade.
Não adianta você sair por ai, cultuando aos 4 ventos que fulano ou sicrano da mídia são seu desejo de consumo ou seu amor eterno. Ok concordo que a mídia mexe com a cabeça dos menos desavisados e menos culto; achar alguém bonito e desejável é válido, quando acontece uma ou duas vezes, não adianta ficar falando incansavelmente disso, só vai afastar as pessoas.
Mas pense a situação de alguém que precisa se aproximar de alguém assim. A mídia cultua algo inalcançável, justamente para você se prender a ela; é um vício: se aparece alguém bonito hoje, amanhã aparecerá uma pessoa 200 vezes mais desejável. Mas isto é a realidade?
Não, não é. A realidade é aquela do dia a dia. As pessoas são bonitas do jeito que são; sem falsidade, sem maquiagem e sem máscaras. Não é apenas beleza física que faz alguém se ligar a outra pessoa. Há quem ache que começar uma conversa com: “nossa, você é bonita!” significa a porta de entrada para um motel, um quarto ou um relacionamento.
A mente humana pode até ser conquistada pela imagem, mas e quando a imagem atrapalha a conquista? Se você não esconde de ninguém que pessoa X, Y ou Z da mídia são seus “amores”, “lindas”, etc. e tal, como você espera que um reles mortal se aproxime de você?
É claro que tudo o que é falado atinge direta ou indiretamente uma pessoa. Incomoda-me muito esse culto ao exterior. Primeiro porque ninguém consegue ser artificial quanto um personagem e segundo porque esse é um modelo inalcançável então você nunca vai se contentar com outra pessoa. E acredite: a outra pessoa sabe disso; é como você namorar alguém e saber que ela tem várias amantes porque está apenas com você por dó – o que é bem comum atualmente.
É como uma pessoa da alta sociedade casar com um morador de rua e ficar falando 24 horas por dia que só está com ele por dó. É mais ou menos a mesma coisa. O mundo da Sociedade do Espetáculo envolveu tanto o ser humano, que ele não consegue mais ver o que é real e o que é ficção. A prova são as novelas e filmes: Tudo é fácil ali, então as pessoas pegam esse modelo como algo real e necessário para as próprias vidas. O problema é que elas não tem ideia da manipulação que sofrem e como fazem isso totalmente sem pensar e sem perceber; apenas copiam.
Tem a certeza de quem tudo o que está ali pode ser real; de que todo mundo aceita ser tratado da mesma maneira e de que tudo pode ser forçado através de algumas palavras vazias, máscaras e mentiras.
Você não tem mais o direito de dizer não; de escolher, de querer algo melhor. Tem que se contentar com a sobra, como se isso fosse caridade, uma forma de te tirar do limbo ou debaixo da ponte.
O que aconteceu com o respeito, a dedicação, carinho etc. e tal que havia em todo o relacionamento – amoroso, familiar ou de amizade – em um passado nem tão distante assim?
Tudo o que vejo são pessoas querendo tirar proveito; usando e jogando fora, descartando como se fosse uma folha de sulfite usada e sem utilidade. Tudo se tornou muito fácil e muito na mão que nada mais tem sentido; faz-se porque todo mundo faz. Tem-se porque é fácil conseguir em qualquer esquina e descarta-se porque ninguém mais se importa, já que volta ao ciclo inicial: você acha outra em outra esquina, usa, descarta e por ai vai. E você nem percebe como entrou nesse ciclo, e nem se preocupa em saber que está nele ou em querer sair do mesmo.
Até quando esbarra na realidade: A vida não é assim. Não precisa ser banalizada, nem descartada, muito menos irreal.
Se você conseguir ver a realidade, verá que aquele seu “amor eterno” pelo rosto bonito na TV não significa mais do que a solidão de quem impõe barreiras para qualquer outra pessoa mortal se aproximar.

Não sei onde isso vai parar. Mas digo que eu não me curvo e não aceito esse modelo de vida reinante.
Mudo de opinião, mas minha dignidade continua intacta. Posso estar certa, ou errada; e isso é uma coisa que nunca saberei.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Menina meiga, mas nem tanto

Para ser sincera, sempre tive certo preconceito com os filmes indicados ao Oscar de Melhor Filme. Nunca achei que foram tão “UAU” quanto eu esperaria de um longa premiado com tal honraria.
Mas o trailer do Cisne Negro (Black Swan, 2011) me chamou atenção; queria ver realmente como o diretor e os atores conseguiram traduzir num simples cenário de balé algo tão dramático e transformador como o sofrido pela personagem – ou seja, a menina meiga se transformando na megera ou bitch, como preferirem.
Há duas maneiras de interpretar o filme: você pode pensar em obsessão ao extremo ou a queda da inocência – ou ainda cortar toda a manipulação externa e viver aquilo que se quer; eu prefiro pensar em um misto de todas essas coisas com certos agravantes.
Nina Sayers (Natalie Portman) é uma bailarina quase no auge da carreira. A primeira vista ela é bem sem sal e sem açúcar – ok, eu sempre achei ela sem tempero nenhum. Uma garota meiga, confusa, insegura e que ainda não conseguiu se libertar nem da mãe, muito menos da infância, apesar dos seus 24 anos. Ela vive o que os outros querem que ela viva.
Com a aposentadoria de uma das bailarinas, Beth MacIntyre (Winona Ryder), que até então era a Rainha dos Cisnes, Nina tem a chance de tentar o posto de “supra-sumo” do Lago dos Cisnes. Para isso, ela precisa ser escolhida por Thomas Leroy (Vincent Cassel), diretor da companhia de Balé em Nova Iorque. E claro, como todo homem no meio da mulherada, banca o Don Juan geral na meninada.
É então que a trama começa. Nina é aquela personagem chata: a menininha insegura e perfeccionista – daquelas que você tem vontade de dar um tapa na cara para ver se acorda. E toda essa pressão é entendida pelo comportamento de sua mãe, a bailarina aposentada Erica (Barbara Hershey).
Erica é certamente a primeira causa do surto de Nina: mulher amarga e possessiva que a trata como uma criança, controlando seus horários, o que come, o que veste e ainda a deixando em um quarto totalmente infantil – daquele tipo que só falta pegar na mão e deixar na porta do ensaio. Ou seja, 200% controladora; ela trata a filha como uma bonequinha de luxo em forma de gente. Não demora muito para Nina surtar.
A obsessão pela perfeição começa quando Nina se depara com Lily (Mila Kunis), uma bailarina vinda de São Francisco e totalmente fora do normal; se Nina tende a ser perfeita, Lily é seu oposto, porém consegue o mesmo resultado que Nina, o que a deixa mais enfurecida ainda por ofuscar o momento que deveria ser dela.
Toda pressão de ser perfeita começa a surtir efeitos, muito bem explorados pelo diretor Darren Aronofsky, que consegue causar arrepios nas cenas em que a unha, ou um pedaço de pele se solta da personagem principal. Nina começa a se arranhar e a metáfora de que ela está passando de Cisne Branco para Cisne Negro começa no momento em que ela realmente imagina ter pedaços de penas saindo dos lugares onde estava arranhado.
Nina é perfeita para ser o Cisne Branco, mas não tem personalidade o suficiente para se tornar o Cisne Negro – e no Lago dos Cisnes, a transformação tem que ser feita com a mesma bailarina.
Toda essa pressão, mais a concorrência de Lily fazem Nina se transformar por completo; parece que acorda do torpor da vida que levava. O primeiro passo é se desprender a lunática e amarga mãe; depois Nina começa a perceber que ser boazinha o tempo todo, de nada vai lhe adiantar.
De que adianta ter sido boazinha a vida toda se no momento em que ela precisou se impor, surtou de uma tal maneira que acabou com a própria vida? Ela viveu uma vida que não era dela; e quando começou a realmente ter controle sobre tudo o que queria as alucinações e o medo de que Lily tomasse seu lugar foram iminentes.
Na verdade, no fundo Nina queria ser como Lily; livre, sem preocupações e com luz própria. Nina nada mais era do que uma garota que decorou muito bem os passos de balé, quando na verdade era preciso muito mais para se tornar uma bailarina completa. Ela não fazia isso porque que queria, por paixão, e sim porque alguém a estava mandando. Neste caso, por pura pressão da mãe. Provavelmente o único lapso de vontade própria da personagem acabou com ela totalmente pirada entre a transformação de Cisne Branco para Negro.
A fotografia do filme é boa e os atores realmente se esforçaram para incorporar o papel na dança, apesar de que em muitas cenas é dá para ver claramente o uso dos dublês. E Natalie Portman não ficou com muito trejeito de bailarina em algumas cenas.
Um bom filme, não brilhante, mas que consegue captar um pouco da angústia de ter que ser perfeito o tempo todo, e de passar os dias querendo algo que não sabe se é aquilo mesmo; de fazer as coisas por fazer, até surtar.

Mais cedo ou mais tarde, todo bonzinho larga a máscara angelical de lado e acaba surtando.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Pode voltar no tempo?

Se há uma coisa que eu adoro é ficar relembrando de coisas antigas. Fico horas a fio olhando fotos, relembrando momentos, brinquedos e brincadeiras da infância e adolescência.
Com a internet é muito mais fácil achar essas relíquias reunidas em um só lugar. E como é gostoso passar horas relembrando dos brinquedos, filmes, músicas e seriados que eram sucesso na nossa época – nossa, se você for um privilegiado de ter nascido nos anos 80, se não nasceu, só lamento por você ter perdido a melhor infância da face da terra. E não estou exagerando, provavelmente minha geração foi a última a ter realmente uma infância.
Comecei a ver esse site: “As Melhores Lembranças dos anos 80 e 90” e foi inevitável ver o sentimento de nostalgia aflorar. Que saudades daquele tempo! Como éramos tolos, crianças e até mesmo bobos – comparando com as crianças dos dias de hoje.
As roupas eram medonhas, os cabelos armados e as pessoas sem maldade. As crianças brincavam de pega-pega, as meninas e os meninos ainda nem queriam saber um do outro e todos os namoricos não passavam de algo platônico e de bilhetinhos trocados.
Silvio Santos apresentava “Em Nome do Amor”, um tipo de programa de encontro (coisa que o Rodrigo Faro faz hoje, só que acrescido de “putaria” digamos assim). Lua de Cristal era o filme brasileiro mais falado e assistido; Carrossel era a novela de maior sucesso e quem nunca quis participar da Porta da Esperança?
Nossa maior preocupação era colecionar as figurinhas dos álbuns – coladas com cola, nada adesivo. Ping-Pong, chocolate Surpresa, Copa do Mundo e até mesmo de novelas. Quanto jogar bafo para recuperar figurinhas ou completar álbuns.
Chocolate Surpresa, Turma da Mônica, chocolate Personalidades, bala 7Belo... tudo tinha um gosto particular e que não se acha mais em nenhum outro produto. Era a graça de comer e colecionar; e o mesmo vale ainda para o Kinder Ovo. Nessa época até pasta de dente era gostoso, quem nunca teve vontade de comer Tande? O sabor da época era, literalmente, outro.
E os brinquedos? A tecnologia mais avançada que eu conheci na minha infância foram o Atari (quem nunca assoprou a fita para conseguir jogar?) e o Pense Bem – um protótipo do laptop, com jogos educativos que vinham em um livro; o brinquedo mesmo só servia para marcar as respostas. Era um sucesso.
Sem falar nos jogos de tabuleiro, Pega-Peixe, Pega-Pulga, Banco Imobiliário, Fliperama de mão, aqua-play, fábrica de massinha, carrinho de controle remoto, carrinho bate e volta, mini-mercado... tantas coisas que nem dá para lembrar de uma vez só. Quem nunca brincou até a exaustão com tudo isso? E eram todos brinquedos educativos. Onde já se viu uma criança gostar tanto assim de algo que só vai ensinar? Minha geração foi assim.
Até com o brinquedo mais simples, como bambolê, pião, bolinha de gude, tazo, etc. tudo era motivo de festa. E cada novo brinquedo lançado, por menor tecnologia que tivesse era uma revolução. Lembro até hoje de ter uma boneca que andava de bicicleta e sozinha, com um controle remoto e várias pilhas.
E os relógios que trocavam a pulseira, cada dia com uma pulseira diferente. O relógio digital, o game-boy do tamanho de um iPod e o frenesi da época: Tamagotchi. Quem não teve um bichinho virtual que levava escondido á escola para dar comida e não deixar morrer. Lembro que na época custava um absurdo, e só tive um depois de insistir muito. Era o máximo ficar cuidando daquela coisinha feia.
Os estojos cheios de lápis, canetas, borrachas ou compartimentos. As figurinhas de chiclete que viravam tatuagens. O Mini-Game, Brick Game e a agenda eletrônica, que eu lembro até hoje de juntar uma grana da mesada para comprar uma.
Sem falar nos comerciais, nas ações de marketing. Tudo parecia ter mais talento, mais graça, chamava mais atenção. Parece que foi o auge da criatividade dos nossos publicitários. Quem não se lembra do: “Compre Batom”, “Não se esqueça da minha Caloi”, campanhas do banco Bamerindus, música do Guaraná Antártica: “Pipoca na panela...”, as histórias do Toddynho, até as propagandas de cigarros eram criativas.
Nem vou citar os livros: A Coleção do Pedro Bandeira (chorei lendo A Marca de Uma Lágrima), Coleção Vagalume, Monteiro Lobato, Gibis da Turma da Mônica, do Senninha, heróis da Marvel, Tio Patinhas, etc. Nossa alfabetização esteve em boas mãos!

Ah, como éramos bobinhos. Mas também éramos tão felizes! Ninguém estava preocupado em nada, a não ser estudar e ser criança. Tivemos uma infância feliz, conseguindo deixar as preocupações de adulto para a hora certa. E nem por isso somos mais ou menos responsáveis que as outras gerações.

Posso voltar no tempo e dar uma pausa na vida chata de adulto?

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