quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Já posso mentir a idade?

Vinte e seis... 26... XXVI... VINTE E SEIS anos! Mais 4 anos e terei 30; metade do tempo para a minha aposentadoria e ainda não sou uma pessoa totalmente independente. Oi?

Pronto, o momento melodrama chegou ao fim. Mais um ano se passou, mais um aniversário chegou; e a cada ano percebo que a quantidade de frases com a expressão: “Na minha época...” aumenta consideravelmente. E quanto mais você repete o “Na minha época...” mais saudades do passado você tem. Por exemplo:
Na minha época, para se fazer trabalhos escolares era preciso três coisas: uma folha almaço pautada, uma biblioteca municipal e uma máquina de Xerox. Pensa que tinha Google, internet, computador? Não, naquela época era tudo feito na unha, na raça. Pra pesquisra tinha que ler,formular todo o texto em um rascunho e passar a caneta para a folha pautada... e com cabeçalho e tudo: Nome da escola, cidade, data, disciplina, professor, dois dedos para parágrafo.
Na minha época, o brinquedo eletrônico mais avançado era o tal do “Pense-Bem”; um protótipo de computador portátil que precisava de um livrinho para apenas digitar as respostas corretas – parecia muito mais uma prova, do que um brinquedo. Na minha época, o ônibus custava R$ 0,98 e o cobrador nunca devolvia os R$ 0,02 de troco.

É melhor parar por aqui antes que esse blog comece a cheirar naftalina.

A questão é: Quem determina se sou velha ou não? Quase todo mundo fala que eu tenho 23; acho que meu senso de responsabilidade é de 35 e tenho o espírito de uma pirralha de 20 anos que ainda quer conquistar o mundo. Então, como eu lido com tudo isso? Posso falar que eu sofro de crise de personalidade?
Bom, isso eu não sei. Só sei que ainda tenho muito para fazer, para aprender, errar, acertar e conquistar. Enquanto ainda conseguir pensar dessa maneira, me manterei com os meus
vinte e poucos anos.

Cada aniversário eu faço um balanço do ano que passou. E nem vi esse ano passar, mas quero que ele acabe logo. Trabalhei demais, fui multi-tarefas para mostrar o meu valor. Lutei demais e perdi quando ninguém acreditava que eu perderia. Aprendi, não do jeito mais suave, mas aprendi. Afinal, todo mundo precisa aprender, faz parte do processo de evolução.
E finalmente me conformei. Se depois de tudo o que fiz, tentei e lutei ainda assim fracassei, é porque é hora de parar. De não querer mais; de deixar para trás e fingir que não é problema meu. Afinal, se a canoa é perfeita para todos, e tomba quando você entra, o problema é com você ou com a canoa? Acho que já sei a resposta.

Está mais do que na hora de encarar a realidade: As melhores pessoas que você vai conhecer na sua vida ou estarão ou irão para bem longe de você – fisicamente falando. E só há uma coisa que você pode fazer a respeito: Lidar com a distância e perceber que aquela pessoa (ou pessoas) que estão longe, tem a capacidade plena de se importa muito mais com você, do que a pessoa que está literalmente ao seu lado.
E você acaba percebendo que aquilo te basta. Importamos-nos tanto com a parte física e esquecemos que o principal é o emocional; de nada adianta ter alguém perto que não é capaz de se importar com você nem 0,001% , enquanto a pessoa longe tem 90% do tempo dela dedicado a você. Estar ao lado somente por estar vale tanto a pena assim?

Tenho ainda muito que errar, muito que acertar; muitas pessoas para magoar, muito a ser magoada; e principalmente, muito o que mudar. Tudo isso faz parte do processo; sem isso não dá para viver. O que eu não posso mais e cometer a mesma vez os mesmos erros.
Mas eu ainda só tenho 26 anos; tenho toda uma vida pela frente. E espero chegar aos 62 anos, olhar para trás e dizer: Valeu a pena: cada suor, cada lágrima, cada sorriso e cada espera, cada encontro com os amigos e cada pessoa que eu deixei para trás.
E se eu chegar no meio do caminho e nada der certo, que eu tenha força para lembrar: "Se quer saber nunca é tarde demais (ou no meu caso, cedo demais) pra ser quem você quiser ser. Não há limite de tempo, comece quando você quiser. Você pode mudar, ou ficar como está. Não há regras pra esse tipo de coisa. Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa. Espero que encare de forma positiva. Espero que veja coisas que surpreendam você. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com pontos de vista diferentes. Espero que tenha uma vida da qual se orgulhe. E se você descobrir que não tem, espero que tenha forças pra conseguir começar novamente." - O Curioso Caso de Benjamin Button.

E chega que duvido que alguém tenha lido até o final. Mas antes, é claro que preciso fazer alguns agradecimentos:

Amigos de Jundiaí (Que agora moram em São Paulo): Aline, Egle, Muriel e Danilo: Apesar dos poucos encontros, as risadas e as histórias são impagáveis! Vocês são a prova de que amizade resiste até mesmo à distância. Mesmo cada um tendo “uma vida diferente” sei que sempre que precisar, vocês virão me socorrer, assim como eu também estarei sempre alerta.

Afilhada Thaís: Obrigada por ter ficado do meu lado quando ninguém mais ficou! Você também é a prova de que a amizade resiste à distância.

Ao Site Arquibancada Tricolor, por ser o primeiro lugar a me dar espaço para escrever.

Ao SPFC Digital por ter me convidado a ser colunista e também a fazer parte desse grande projeto e pela oportunidade de me proporcionar novas amizades e experiências.

Ao
Jornalistas.Blog pelo imenso prazer de ser um dos convidados. E em especial ao Daniel que sempre me deu apoio e liberdade para escrever! Mais uma prova de que não precisa estar perto fisicamente para se importar e ajudar.


A todo mundo que me atura no twitter; um pátio de malucos onde você tem discussões bestas, sérias e onde você conhece ótimas pessoas.

Aos meninos da “firma” que me aturam diariamente e entendem as brincadeiras e mesmo eu sendo a única por lá, não me isolaram!
À você que me chamou de chata, feia, boba, burguesa, etc e tal. Te digo que vai precisar mais de isso, se quiser realmente me derrubar... mas pode continuar tentando, é um direito seu.

Obrigado a todos os que estão, estiveram e estarão comigo! Vocês são uma parte importante do que eu sou hoje!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Segredos

Nunca entendi porque têm pessoas que metem (no bom sentido) tanto o pau no Dan Brown. Dos 4 livros que eu li: O Código Da Vinci, Anjos e Demônios, Fortaleza Digital e o Símbolo Perdido (ainda falta o Ponto de Impacto) mostraram-se serem histórias fascinantes, que prendem o leitor do início ao fim.
É claro que eu não vou usar um romance ficcional para aprender história, muito menos espero que os fatos ali contidos sejam 100% verdadeiros. Mas é possível ter uma bela noção de como a simbologia é trabalhada na sociedade. E para quem passou uns bons 6 meses do TCC desvendando os segredos dos mitos e o papel deles na sociedade contemporânea, ler Dan Brown é uma verdadeira diversão.
Tudo ao nosso redor está baseado na mitologia, símbolos e imagens. E claro que a partir de uma ficção a pessoa passa a se interessar mais pelo assunto e busca novas fontes de informação – estas sim baseadas em fatos e não mais um best-seller. Duvido que alguém leve ao pé da letra tudo o que Dan Brown ou qualquer outro romancista escreve.
A peça chave de quase todos os livros de Dan Brown (exceto o Fortaleza Digital) é o simbologista Robert Langdon, que sempre é requisitado para desvendar os mistérios. No último Romance, O Símbolo Perdido Robert Langdon, que já esteve em Paris e no Vaticano agora se dirige até a capital dos Estados Unidos, Washington D.C.
Imaginar histórias e simbolos perdidos no Louvre ou nas estátuas do Vaticano parece mais fácil do que imaginar a capital dos Estados Unidos sendo construída sobre as regras e berço da francomaçonaria americana. Langdon chega à capital americana por um convite do amigo e maçom, Peter Solomon.
Mas chegando ao local marcado para a palestra, Robert Langdon descobre que seu amigo na verdade foi sequestrado e que o simbologista precisa desvendar um mito que ele nem ao menos acredita.
O incrível é que Dan Brown consgue envolver o leitor a cada página. As descrições são tão perfeitas –
jutamente com as ilustrações que você acaba se sentindo realmente dentro dessa “caçada ao tesouro”; é claro que eu não serei estraga prazer ao ponto de contar como a história termina, mas para quem não leu e gosta de tentar adivinhar a página seguinte, a dica é ter atenção redrobada aos personagens Mal'akh e Peter Solomon.
Uma das coisas mais interessantes do autor nos livros como O Símbolo Perdido, Código Da Vinci e Anjos e Demônios é que Dan Brown sempre consegue colocar religião no meio da história. Neste em especial, não é uma religião biblica, mas sim outra visão do que a biblia diz. As experiências da irmã de Peter Solomon, Katherine Solomon revelaram que a alma tem peso, ou seja, você vivo tem um peso, e quando morre esse peso diminui. Outro fato interessante é que na francomaçonaria, eles fazem uma releitura da biblia, ou seja, Peter Solomon explica que não existe um Deus apenas. Mas que cada um de nós é um templo e temos um poder; nós somos nossos próprios deuses. O que na verdade para mim, pessoalmente faz muito mais sentido do que acreditar na versão contada nas igrejas e nos mitos criados a partir dela. Mas isso é um tema para outro assunto.
É claro que boa parte da históra é fantasiosa e ninguém vai viajar até os Estados Unidos em busca de um portal que revelesse a palavra perdida que daria um poder inimaginável
a quem a possisse.
O escritor consegue realmente instigar o leitor a querer saber mais sobre o assunto. Confesso que se fosse homem, depois de terminar O Símbolo Perdido, já teria entrado na maçonaria. É engraçado como existem sociedades que ainda preservam seus costumes, seus segredos e toda uma simbologia. E como esses segredos continuarão dentro desse grupo seleto por anos e anos. E se for pensar bem, todos os grupos fazem isso: de maneira aberta ou não, guardam seus segredos; é assim que aprendemos desde crianças. Há coisas que devem ser públicas, outras privadas e por fim as intimas que nunca serão reveladas.
Para quem gosta de simbolos, mitos e de ver como as histórias se modificaram ao longo dos anos, Dan Brown pode ser uma porta de partida interessante. É claro que há livros mais específicos sobre o assunto, e um que eu recomendo é “O Poder do Mito” de Campbel que mostra bem na prática porque vivemos rodeados de simbolos e mitos, e o que eles representam em nossa vida.

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