terça-feira, 29 de junho de 2010

E lá vamos nós...

Dentre tudo o que está no meu cérebro para ser esvaziado, este é o post que está por aqui há mais tempo.
Enfim, nem sei quem lê esse humilde, confuso e chato blog. Mas para os que leem, primeiro quero dizer "muito obrigada" por ler tanta besteira em um só local.
Segundo, é com muita honra e orgulho que deixo aqui mais dois endereços de outros sites dos quais eu faço parte (quer dizer, tento participar ativamente).

No ano passado, ou seja, em 2009 eu fui convidada para fazer parte do time do Jornalistas.blog.br Minha estréia foi tímida, no dia 4/6. E claro, como escritora quase que compulsiva, não demorou muito para encher por lá com meus texto; em sua maioria sobre política, o que me fez ganhar alguns inimigos, ser chamada de feia, etc e tal. Nenhuma novidade.

A outra novidade (nem tão novidade assim) é que no começo deste ano fui convidada para escrever para o blog Diretoria Tricolor. Quer quebrar mais paradigmas do que ver uma mulher escrevendo sobre futebol em um site que tem em sua maioria colunistas homens?
Não foi - e ainda não é fácil tentar conquistar meu lugar nesse grupo. O preconceito é grande e a paciência minha anda pequena. Mas, como eu sou chata (e quem lê o blog já percebeu isso), quanto mais pisar no meu calo, mais eu vou falar e escrever. Sou quase um Gremlin alimentado após a meia noite.

Voltando da divagação...

Para a minha surpresa o Diretoria Tricolor foi convidado para participar de um projeto maior, o SPFC Digital. Um site que une os maiores e melhores blogs sobre o São Paulo. Um time seleto de colunista ficou para completar o site. E entre as escolhidas, eu fui uma delas. Um grande projeto que está apenas engatinhando. E espero eu, fazer parte dessa equipe por muito tempo.

E para quem me pergunta: “Quanto você ganha escrevendo para esses locais?” Não, eu não ganho nada. Nem 1 centavo, nem 1 real sequer. Podem me chamar de tonta, besta, etc. Não faço isso por dinheiro, faço isso por gosto, por paixão e por orgulho de ter um trabalho meu reconhecido. Nada pode pagar a satisfação de escrever aquilo que se quer; dar asas a imaginação ou escrever o que está entalado na garganta.

Pode ser que um dia eu me arrependa de tudo isso. Ou também pode ser que um dia eu me orgulhe. Só me resta esperar para saber o resultado de tudo. A única coisa que eu nunca – nunca mais mesmo farei é deletar qualquer texto ou blog que eu crie. Não vale a pena.
E pode ter certeza, depois de tanto escrever, eu não estou nem perto de ser uma boa escritora. Ainda há o que ser estudado e aperfeiçoado.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quando tudo parece dar errado

Já que não consigo ver filmes atuais (leia-se lançamentos), vou tentando me atualizar à medida que o Telecine permite que eu faça isso. Esse final de semana assisti dois filmes. Um, o horrível Guerra ao Terror nem vale a pena ser comentado.
Aliás, se alguém quiser “ver mais do mesmo” pode assistir a esse filme. Aliás, mais um filme de guerra (?) que mostra os americanos como coitadinhos em uma guerra que eles mesmos provocaram. Viram algum sentido nisso? Não, e nem tentem, pois não há. E eu que achei que a mediocridade americana de se fazerem de coitadinhos na guerra havia parado no desastre do Vietnã.

Voltando.

O outro filme se chama A Vida Secreta das Abelhas, de 2008. (E sim, esse também é um filme do estilo “mais do mesmo”, mas todos os filmes são). E, ao contrário do que eu imaginei quando li o título, não é uma animação, muito menos um filme infantil. Muito pelo contrário; ao que eu me lembro, esse é o primeiro papel em que vejo Dakota Fanning interpretando uma adulta, e não mais uma criança como ela sempre fez.
E o filme fala justamente disso, de amadurecimento, crescimento, encarar as dificuldades e perceber que a vida não é cor-de-rosa. Um filme que pode muito bem ser rotulado como sendo do gênero “água com açúcar”. Apesar de andar meio longe desse estilo, esse filme me instigou.

Na trama, Fanning vive Lily, uma menina com uma vida difícil. Aos quatro anos, por sua culpa, sua mãe morreu. Dez anos depois ela vive com o pai abusivo (Paul Bettany, ótimo), rancoroso pela morte da esposa, e a empregada negra Rosaleen. O ano é 1964 e a luta pelos direitos civis dos negros está em um de seus mais tensos momentos. Um acontecimento dramático, porém, leva ambas a fugir de casa em direção ao apiário da Nossa Senhora Negra: uma imagem gravada em uma caixinha da mãe de Lili. Lá conhecem August Boatright (Queen Latifah) e suas irmãs, June (Alicia Keyes) e May (Sophie Okonedo), que fazem o melhor mel da Carolina do Sul - e mudam a vida das duas para sempre. Fonte: Omelete.

Até aí, nenhuma novidade. Mais um filme como tantos outros que já foram produzidos. E porque eu o achei diferente. Simples, ele mostra uma pequena realidade que todos nós vivemos (ou viveremos) um dia. O de pensar que não nos encaixamos no mundo, de pensar que tudo o que tocamos vira pó e se desfaz.
A protagonista do filme deixa isso muito claro. O desejo dela de fazer as coisas corretas é inversamente proporcional as coisas boas que acontecem ao seu redor. É a velha teoria: quanto mais se tenta agir corretamente, consertar tudo, mais as coisas se quebram e saem dos eixos.
Aliás, a diretoria do longa-metragem poderia muito bem deixar de maquiar tanto a realidade; o filme é carregado de um eufemismo exagerado e sem nexo. Quando eu vi, pensei em algo mais realista e não tanto Hollywoodiano como foi retratado. A maquiagem só serve para disfarçar, esconder imperfeições que ninguém quer ver. Ponto novamente para a Sociedade do Espetáculo; já que é isso que as pessoas querem ver, vamos lá.
Mas não é Lily e sua busca por se encaixar no mundo que mais me chamaram a atenção. Na verdade há uma personagem mais forte de todo esse filme, sem ser a pobre menina. A minha personagem preferida na trama é May, espetacularmente interpretada por Sophie Okonedo. Aliás, as três irmãs (que eram 4) tem nomes provenientes do calendário justamente porque sua mãe gostava da primavera e do verão.
May tinha uma irmã gêmea, April que faleceu quando ainda eram crianças. Desde então May parece que divide as angústias do mundo com todo mundo. Ela sente e sofre todo sentimento mal que está perto dela. É como se ela carregasse o fardo do mundo.
E quem nunca se sentiu dessa maneira? Carregando o fardo dos outros, vivendo problemas que não lhe dizem respeito; sofrendo por coisas inevitáveis e também por aquelas que todos nós já sabemos no que vai resultar.
Essa mistura entre Lily e May é o que mais me intriga no filme. Todo mundo quer se encaixar, perceber que não está só, e que também não é culpado por tudo. Todo mundo carrega uma dor que não é sua, mas que precisa carregar para aliviar outra pessoa – mesmo que essa pessoa pouco se importe com você, ou nem se dê conta da sua presença.
E o principal: Todo mundo quer ser amado, quer ter a sensação de que não é culpado por todos os problemas do mundo. Que não está sozinho e que tem alguém ali que realmente se importa com você.
Dentre tudo o que é retratado no filme, essa última parte ainda é a mais complicada: Complicada de entender e de se achar. Porque quando tudo parece dar errado, é o momento que você se sente mais sozinho, sente que só faz coisa errada e que não há ninguém disposto a cuidar de você e dizer que isso tudo vai passar.

domingo, 20 de junho de 2010

Eu sou um imã

Provavelmente todo mundo conhece qual é o objetivo do imã: Atrair materiais, desde que os mesmos estejam em uma polaridade diferente do imã. Essa é provavelmente a única coisa que ainda consigo lembrar que seja relacionada à física e afins; o resto deletei do meu cérebro quando entrei na faculdade.
E provavelmente quem lê esse blog, meu perfil no
twitter, etc. já deve ter ouvido e lido muito a história de eu viver uma novela mexicana. Se Silvio Santos ou o SBT soubessem da minha história, já a teriam comprado. É uma história que daria pelo menos umas 5 novelas mexicanas completas, com direito a música dramática e tudo. Fica a dica.
E o que novela mexicana e imã têm a ver? Todo mundo ou vivem um capítulo de novela mexicana ou é um imã. O problema em ser imã é descobrir o tipo de pessoas que você vai atrair.
Cada um atrai um tipo diferente de pessoa ou de situação. E é exatamente isso que vai determinar se você viverá ou não uma novela mexicana ou sobre a influência de Murphy.
Você pode atrair naturalmente pessoas alegres, que te ajudem; pessoas que te coloquem para baixo, pessoas que vão estar ali a sua vida inteira e pessoas que não vão ficar nem um dia.
Cada um é um imã, um imã natural. O que faz cada um atrair um determinado tipo de pessoa ou de situação para mim ainda é um mistério. Ainda não consigo entender como gente boa só atrai gente podre e como tanta gente sem nada a oferecer pode atrair tanta gente boa.
Talvez nós sejamos iguais aos imãs de verdade. Atraímos nossos opostos. Deve ser exatamente por isso que tanta gente boa, gente que só quer ajudar atraia tantas pessoas más, vazias.
Pessoas essas que só sabem nos usar, e descartar feito uma folha de papel usada. Sem peso na consciência, sem eufemismo, sem sentimento. Quanto mais você tenta ajudar, tenta ser uma pessoa boa, mais filhos da puta de marca maior você vai atrair. Considero essa uma das leis infalíveis da natureza.
Assim como os opostos se atraem na física, as pessoas boas só atraem filhos da puta. E não há nada que você possa fazer para mudar isso. É da sua natureza, você vai nascer e morrer exatamente assim.
Isso não quer dizer que você só atraia pessoas filha da puta. Você pode ter a chance de ter pessoas boas ao seu redor. O problema é que as filha da puta tem um peso muito maior sobre você do que as boas. As pessoas filha da puta te jogam pra baixo, sem dó nem piedade, com frases, propostas e afins que você não merece e que não são da sua índole.
São coisas que eu ainda, na altura dos meus pobres 25 anos não consigo entender. Porque tantas pessoas agem dessa maneira? Porque elas não ligam, não pensam. Apenas jogam lixo na cara de qualquer um, achando que são donos da verdade. Achando que todo mundo tem um preço. Achando que podem te comprar por uma noite, uma semana, um mês, por toda a vida.
Nem todo mundo tem seu preço. Nem todo mundo gosta de ser descartado feito um copo plástico. Nem todo mundo gosta de servir como estepe. Nem todo mundo tem rótulo. Nem todo mundo aceita ser tratado assim.

E eu, sou uma delas. Por mais que eu faça, ainda não consegui evitar ser um imã que atrai 95% de pessoas filhas da puta. A minha sorte é que as 5% restantes compensam toda a filha da putice que acontece.
Aos 5% - e vocês sabem quem são – Meu muito obrigada. Vocês são meus pilares.

domingo, 6 de junho de 2010

Síndrome do Patinho Feio

Vou fazer uma confissão. Eu tenho a síndrome do Patinho Feio – ok, eu e mais trezentas mil pessoas. Foi difícil admitir isso, mas é a mais pura verdade. No fundo acho que todo mundo sofre um pouco desse mal; assim como sofre com outras síndromes; uns com mais, outros com menos intensidade.
Geralmente essa síndrome ataca quem terminou um relacionamento duradouro – o que não é o meu caso, mas, para variar um pouco, eu tinha que ser uma das exceções da regra. Não importa o que as pessoas façam, digam ou demonstrem, você sempre vai se achar a pior pessoa do mundo, a mais feia e a que não merece um pingo de atenção.
É exatamente igual à história do Patinho Feio. Aliás, tenho a impressão de que essa história foi criada por alguém que se sentia um patinho feio, não é possível achar tanta semelhança assim entre uma história e a vida real.
Quem nunca acordou um dia e teve vontade de colocar um saco de papel na cabeça para quem ninguém visse a sua cara? Isso acontece com tudo mundo. A diferença é que sempre passa. É o famoso: “Acordei com o pé esquerdo” ou o “não devia ter saído da cama hoje”.
Não adianta. Tem dias que a pessoa acorda Patinho Feio e vai dormir Patinho Feio. Não adianta se arrumar, ser paquerada, dizerem que está linda e sair arrasando corações. A pessoa sempre vai se achar um lixo, um traste, feia e horrorosa. E não adianta, não é culpa da TPM não.
Outras vezes é devido “Às vezes, a timidez é causada por um sentimento de inferioridade, que surge devido a um defeito físico real ou imaginário e leva à insegurança diante das outras pessoas.” (via Blog Insônia).
Nós imaginamos que temos algo aterrorizante, que ninguém é capaz de gostar de nós ou fazer um elogio sincero. Eu particularmente tenho um sério problema em aceitar elogios.
Quem me conhece sabe. Nunca acho que algo que eu fiz é bom o bastante ao ponto de ser elogiado. Não me chamem de perfeccionista. Apenas tenho problemas em aceitar elogios. E não adianta dizer que quero confete; isso só vai piorar a situação; vai me fazer sentir como se eu fosse uma coitadinha. Ou seja, não tente ajudar com isso, você acaba atrapalhando.
E quando o elogio diz respeito à aparência? Aí meu nível de síndrome do Patinho Feio alcança números exorbitantes. Não adianta insistir. Não me acho bonita – no máximo razoável - não me acho interessante, nem acho que alguém deva perder seu tempo comigo.
Para se ter uma ideia de onde isso surgiu, vou contar um fato que aconteceu no colegial. Um belo dia, entrando para a aula um grupo de meninos que fazia técnico em eletrônica começou a me chamar de Betty, A Feira (sim, alusão à famosa série americana). Pronto, preciso dizer mais alguma coisa? Para alguém com 16 anos, passando pelas inseguranças da adolescência, isso foi a gota que fez a síndrome do Patinho Feio se instalar e ficar sendo minha companheira.
Para alguém que sofre com baixa auto-estima ficar sendo chamada assim não ajudou em nada a minha síndrome do Patinho Feio. Só serviu para eu ter a certeza de que realmente não merecia um elogio, que não fosse aquele.
Do que eu era, melhorei muito. Hoje brinco, levo numa boa quando alguém me faz um elogio digno de me deixar para baixo. Encaro melhor um: “feia você, né?!” do que um: “uau, como você está bonita hoje!”. Aliás, ainda me assusto como as pessoas ainda usam a aparência para xingar, atingir os outros.
Não sei, acho que me acostumei tanto a ouvir desaforo que os elogios ainda me soam como algo estranho, como se alguém sempre estivesse tirando sarro de mim. Sabe aquela migalha que jogam a alguém só por dó ou piedade? Pois é, sempre encaro um elogio dessa maneira.
Quem sabe um dia eu faça igual ao Patinho Feio e perceba que isso nada mais é do que coisas da minha cabeça; que eu posso sim aceitar um elogio sem ter medo de que a pessoa esteja caçoando de mim.
Mas, enquanto esse dia não chega, vou convivendo com a minha síndrome do Patinho Feio. Afinal, nem todo mundo consegue se sentir bem todos os dias. Ou consegue?

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